Projeto CADA (Chemical Abundance Determinations in AGNs)

Acredita-se que todo núcleo de uma galáxia possui um buraco negro (BN). Quando este buraco negro está sendo alimento por um gás, dizemos que este núcleo é ativo (AGN). Uma vez que ocorre formação estelar em regiões centrais de galáxias, o gás que alimenta o BN de uma galáxia encontra-se enriquecido por vários elementos químicos com massa atômica maior que a do hélio, o qual os definimos por metais. São estes o oxigênio, enxofre, nitrogênio, etc. Desta forma, define-se por metalicidade a soma da abundância destes elementos relativa a abundância do hidrogênio. Na Figura 1 podemos ver a imagem da região nuclear da galáxia NGC6951, onde podemos ver o AGN no centro e diversas nuvens (regiões de formação estelar) localizadas em um anel circumnuclear. As flechas indicam movimento de gás para dentro do AGN.

Quando este gás está caindo no BN, ele é aquecido, emitindo uma grande quantidade de radiação em uma larga faixa de comprimentos de onda. No projeto CADA, estamos estudando esta radiação proveniente do BN de galáxias próximas a Via Láctea, como também, em galáxias muito distantes. Em particular, utilizamos simulações (i.e. modelos de fotoionização) para reproduzir dados espectroscópicos de AGNs e, assim, obtemos informações da metalicidade e da abundância de alguns elementos químicos no AGN. Um resultado bem interessante do nosso projeto foi o de que AGNs parecem atingir sua “maturidade química” quando o universo era (relativamente) jovem, com apenas 2 G anos. Também, encontramos que a de formação estelar em regiões localizadas bem próximas aos AGNs, parece ser similar as situadas no disco de espirais. Isto indica que a formação de estrelas parece seguir uma lei universal, independente do ambiente em que as estrelas nascem.

 

Oli Luiz Dors Junior

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